POETA

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terça-feira, 27 de março de 2012

SAUDADES NO CAIS AS DEIXEI

                              Saudades no cais as deixei






Saudades no cais deixei
ficando assim aliviado,
esqueci quem tanto amei
jamais serei atraiçoado.

O mar, esse sei que é traiçoeiro,
mas a ele estou habituado,
o tenho por amigo e companheiro
sei que dele sou sempre amado.

Suas águas vou percorrendo,
as marés as vou contando
e aos poucos envelhecendo
mas dele sempre gostando.

Neste mar imenso e salgado
suas águas vou sulcando
tendo o leme bem calibrado
minhas mágoas vou soltando.

Tenho o mar e o céu por companhia.
à noite as estrelas cou comtemlando
e o sol que raia de dia
esses me vão acompanhando.

Vivo um pouco na solidão
não tenho com que falar,
fortalece meu coração
tenho Deus para me ajudar.

O rumo nunca perdi
com o norte sempre atinei,
foi nele que sempre vivi
e nele sempre estarei.

É sempre bom conselheiro
para quem com ele souber falar,
ele é bom é fiel companheiro
que sempre nos sabe amar.

Meu rumo está destinado,
ao longe o cais já avisto,
a ele ficarei amarrado
nesta viagem, tudo está previsto.

O mar, este, agora de berço me serve,
depois será minha sepultura,
minhas cinzas ele conserve
quando chegar a altura.


Depois, para sempre nele repousarei,
findarão as minhas mágoas
e eternamente navegarei
em suas serenas águas.

Outros máres outros oceanos
irei então encontrar,
findam assim os desenganos
a quem na vida tanto soube amar.

















A INVEJA




A inveja é um sentimento de aversão,
um dos 7 pecados mortais
é uma reactiva formação
contra os mais fortes e os demais

É um sentimento gerado
Pela soberba e pelo egocentrismo
com um fim acorvardado
de disputa do poder pelo canalhismo

os atributos dos outros almejando
já que só por si o não conseguem
por sua intelectualidade os estar limitando
e a invenja para eles convergem

É uma vontade frustrada
de possuir as qualidades de um outro ser,
sendo cobiçada e muitas vezes tirada
inveja é invidere, não ver

o invejoso, não suporta
que outrem seja melhor,
e então assim se comporta
mostando sua indole no seu pior

Temos que ser talvez mediocres
visto que, cada bela impressão que causamos
perdemos as nossas virtudes,
e novos inimigos conquistamos

Quão doce é o louvor e a justa glória
Dos próprios feitos, quando são soados!
Qualquer nobre trabalha que em memória
Vença ou iguale os grandes já passados.

As invejas da ilustre e alheia história
Fazem mil vezes feitos sublimados.
Quem valerosas obras exercita,
Louvor alheio muito esperta e incita.



(Lusíadas, Canto V,92)