POETA

POETA

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

RECORDANDO







Recordando

Daí sai,
mas parece-me ouvir
as pedras da nossa calçada
cheias de murmúrios aflitos
e alegrias de rosas perdidas.

O Granito meu bairro
que contigo sonho,
rompo a barreira so sono
e entro na conversa das pedras,
ando com elas e ouço-as dizer
não pertencer mais a seu mundo.

Levado pelas correntezas
dos ventos assuados de núvens
parto para longe,
e aí ficam essas pedras
da calçada, desalinhadas
feitas de granito.

Deixo a minha cidade,
o meu Alentejo que tanto amo,
de Évora saío, mas
em meu coração macio
a saudade levo,
e, na calçada da vida
vou andando, viajando,
regressando a outra casa
lá distante, lá para o oriente
que um dia me acolheu
essa cidade é Macau.

Sem comentários:

Enviar um comentário