POETA

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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

ÉVORA DEIXEI


ÉVORA DEIXEI

Évora linda cidade,
onde a noite me viu nascer
agora com saudade
estes versos vou escrever.

Em Évora minha infância passei
com meus pais ao meu lado,
cidade que tanto gostei
até me tornar soldado.

Em Évora eu conheci
o meu primeiro amor,
fo lá que aprendi
a sentir o que era a dor.

Meu pai Deus o levou,
nossa irmã foi a seguir
minha mãe muito passou
para nos criar conseguir.

Nos Salesianos andei,
amor e cristandade aprendi,
na comercial estudei,
à mocidade pertenci.

A apentecite me atacou
não mais quis estudar,
a minha mãe então ordenou
que eu me fosse empregar.

Por marçano comecei
na mercearia do senhor Paulo,
aprendi e me esforcei
trabalhei até criar calo.

Mas depressa me mudei,
e para o Titan fui trabalhar
e ali me dediquei
maior salário fui ganhar.

Lá, de tudo eu pratiquei
desde a montra lavar,
muitos fregueses aviei
até na fábrica trabalhar.

Mais tarde o patrão mandou
da sede conta tomar,
mais responsabilidade ficou
e a pracista fui parar.

Alguns anos trabalhei,
e à noite fui estudar,
mais algum dinheiro ganhei
para minha mãe ajudar.

Mas já farto de canseiras,
na tropa me fui alistar
era jovem, mas sem peneiras
em Tavira e no exército iria ficar.

Fiquei então a conhecer
como homens se formavam,
muito tive que aprender
e todos de mim gostavam.

Para Aveiro então segui,
uma recruta fui ministrar,
muito também aprendi
antes de ir para o ultramar.

Por Évora ainda passei,
mas em Extremoz fui ficar,
em Évora-Monte acampei
no India fui embarcar.

De Évora me despedi
quando a automotora passou,
em meus braços recolhi
beijos de quem me amou.

Mãe e irmâs adoradas,
de mim se despediram
ali ficando caladas,
de seus olhos lágrimas cairam.

A Évora disse adeus,
para Lisboa segui,
e amores que eram meus
para sempre os perdi.

Mas neste humilde coração,
a saudade se instalou
foi o começo e então
meu amor se reforçou.

De Évora jamais esquecerei
do amor que lá deixei,
da vida que lá vivi
para sempre recordarei.

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